Fearless

                                                    Por: Isa

Sabe, tem alguma coisa no modo em que a rua parece quando está chovendo, tem um brilho sobre o asfalto, ou sou só eu mesma. Tentando não se apaixonar, tentando não ser pega, mas está sendo tão difícil. Tudo que ele faz parece tão perfeito, tão maravilhoso. Cada olhar que ele me lança, eu deliro. A companhia dele é tão boa, que eu esqueço dos meus problemas.

Senti o seu beijo em minha bochecha, imediatamente sorri, era instantâneo.

- Oi! – ele falou tímido e sedutor ao mesmo tempo.

- Oi! – respondi também tímida.

Nós nos olhamos e rimos. Nossos encontros eram assim, como amigos é claro.

- Bom, 1, eu quero te levar num lugar, onde eu ia quando era criança, lá é bem legal, você aceita? – ele fez uma carinha de criança.

- É claro que eu aceito! – falei, também boba.

- Então vamos! – ele pegou minha mão e me levou até o carro. Abriu a porta para mim. Como um legítimo cavalheiro.

Ele ligou o rádio e sorriu, minha música preferida tocava e ele sabia que eu queria convidá-lo para dançar ali mesmo.

Estávamos dirigindo pela estrada. Eu estava tentando muito não ser pega, mas será que ele sabe disso?

Ele passou as mãos lentamente pelo cabelo, sem saber que aquilo me fez quere-lo. Passamos o caminho inteiro em silêncio, só observando os gestos um do outro. Ele parou o carro e me olhou.

- Chegamos, 2! – olhei pela janela, o lugar era lindo. Ele abriu minha porta. – Vem! – ele estendeu a mão, me puxou e saiu correndo.

- 3, você tá louco? – perguntei quando paramos.

- Só se for por você! – ele me abraçou apertado. O abraço mais gostoso do mundo, mas me soltei logo, não queria criar muitas expectativas. Ele sorriu capeta e saiu correndo em direção ao carro. O que deu nesse garoto hoje? Voltou com uma cesta e uma toalha.

- Um piquenique? – perguntei também alegre.

- Sim, planejado especialmente para você! – ele mordeu o lábio inferior lentamente, me olhando. Sorri sem graça. Enquanto isso estendi a toalha e fui ajudando-o a colocar as coisas em cima dela. Congelei quando nossas mãos se tocaram, logo a tirei. Estava sendo boba, eu sei, mas eu tinha medo de me envolver e depois me decepcionar.

- Gostou do piquenique? – ele olhou dentro dos meus olhos.

- Claro, só tinha coisa gostosa! – ele riu alto. – Que foi?

- Só tinha coisa gostosa, é. Estou incluso nelas? – fiquei completamente sem jeito. E claro que ele percebeu isso.

- Para de rir de mim! – fiz bico.

- Own, não queria te deixar assim. – ele chegou perto de mim, encostou nossos narizes. Eu queria beijá-lo. Quando um pingo de chuva caiu na minha bochecha e assim iniciou-se um temporal. Saí correndo para uma espécie de varanda.

- Que foi, 1, é só chuva!

- É só que esse é um dos meus melhores vestidos, não vou molhá-lo.

- Tá bom, eu vou pegar o guarda-chuva dentro do meu carro. – ele saiu desapontado.

- Não, 3, espera! – falei e saí correndo até ele. – Vamos dançar!

- O que? E o seu vestido? E a música?

- Esquece o meu vestido é só água e nós não precisamos de música! – no mesmo momento que terminei de falar, ele me puxou e nós começamos a dançar, no meio daquela tempestade.

- Está entregue! – ele sorriu.

- É... – sorri tímida, não queria que aquela tarde acabasse. Minhas mãos tremiam, não costumava ser assim.

Ele continuava na entrada da minha casa. Ele me olhou e em um ato inesperado me pegou pela cintura e me fez jogar de cabeça em um beijo simplesmente perfeito, especial. Mas principalmente destemido.

                                                       

                                                   Fim!

Gostaram? Eu achei muito linda!

Até!